Filme:
UTOPIA E BARBÁRIE
Debate com o Diretor Sílvio Tendler
Anfiteatro João Carriço
Entrada franca
O filme foi relançado em 2010 e sua data de estréia é dia 23 de abril.
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Mem%C3%B3ria_e_Hist%C3%B3ria_em_Utopia_e_Barb%C3%A1rie
22/04/2010 12h30 - Atualizado em 22/04/2010 13h03
Documentário 'Utopia e barbárie' revê as revoluções da geração de 68
Filme traz relatos de Dilma Roussef, Ferreira Gullar e outras personalidades.
Produção dirigida por Silvio Tendler chega aos cinemas nesta sexta (23).
Um dos documentaristas mais respeitados do país e dos que mais se dedicam à política - caso de "Os anos JK" (1980) e "Jango" (1984), dois sucessos inclusive de bilheteria -, Sílvio Tendler lançou-se, há 19 anos, num ambicioso balanço dos sonhos e decepções de sua geração - aquela que nasceu logo depois da Segunda Guerra Mundial.
O resultado está em "Utopia e barbárie", documentário que está sendo lançado em oito Estados - São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Paraná, Minas Gerais, Pernambuco, Bahia e Ceará - nesta sexta-feira (23).
O filme fala da geração que viveu as revoluções de esquerda e da contracultura, as guerras de independência na África e na Ásia, a guerra do Vietnã, as ditaduras latino-americanas, a queda do muro de Berlim e a disseminação da globalização e do neoliberalismo, funcionando como um "pensamento único".
"Utopia" e "barbárie" são, para o diretor, dois movimentos complementares, sucedendo-se um ao outro pela história - assim como ao sonho igualitário da Revolução Russa de 1917 seguiu-se o pesadelo do genocídio estalinista, ao projeto do Brasil Novo de Juscelino Kubitscheck e João Goulart, a ditadura militar de 1964.
O filme de Tendler é, assumidamente de esquerda, embora tente ouvir posições contrárias. Abre espaço para que ex-integrantes da luta armada, como Franklin Martins (atual porta-voz do governo Lula) e Dilma Roussef (ex-ministra da Casa Civil e pré-candidata presidencial pelo PT), façam a autocrítica e a justificação de seu rumo extremo no passado.
Ao mesmo tempo, ouve o poeta Ferreira Gullar, um dos mais notórios críticos do atual presidente e, nos anos 70, opositor da opção pela resistência armada ao regime militar.
Viajando nestes anos por 15 países, Tendler acumula entrevistas históricas - como a do lendário general Giap, 94 anos, o estrategista vietnamita que derrotou sucessivamente os colonizadores franceses, em 1954, e os invasores norte-americanos, nos anos 70.
O escritor uruguaio Eduardo Galeano, autor de uma das bíblias para o entendimento do continente, "As veias abertas da América Latina", além do poeta Amir Haddad, do dramaturgo Augusto Boal, e os cineastas Denys Arcand, Gillo Pontecorvo e Amos Gitai, vêm somar suas posições. Todos reveem os erros e acertos desta geração que tentou mudar o mundo pelas ideias e pelas armas, e hoje repensa não só os motivos de seus fracassos como tenta entender o contexto atual.
Juntando biografia pessoal com História, Tendler revisita suas raízes judaicas, mesclando a sua análise das utopias o sonho igualitário dos kibbutz de Israel. Esta digressão para o Oriente Médio, no entanto, ajusta-se mal aos demais assuntos tratados, talvez porque não se tenha feito uma amarração mais consistente.
Repleto de assuntos e personagens, "Utopia e barbárie" é um instrumento eficaz para olhar o presente sem tirar os olhos do passado. Outro mérito está em mostrar materiais de arquivo eloquentes por si - caso do áudio da gravação da tristemente célebre reunião que aprovou o AI-5, em 1968.
(Por Neusa Barbosa, do Cineweb)
Fonte: http://g1.globo.com/pop-arte/noticia/2010/04/estreia-documentario-de-silvio-tendler-reve-mudancas-politicas.html
Sobre o Diretor
Silvio Tendler (nascido em 1950) é um renomado documentarista brasileiro. Conhecido como "o cineasta dos vencidos" ou "o cineasta dos sonhos interrompidos" por abordar em seus filmes personalidades como Jango, JK, Carlos Marighella, entre outros, Silvio é, antes de tudo, um humanista, que já produziu cerca de 40 filmes, entre curtas, médias e longas-metragens. Em 1981 fundou a Caliban Produções Cinematograficas Ltda., produtora direcionada para biografias históricas de cunho social.
Seus filmes são resgates da memória brasileira e inspiram seus espectadores a reflexão: sobre os rumos do Brasil, da América Latina e do mundo em desenvolvimento.
É dono de um jeito muito peculiar de fazer cinema. Entre a gestação de uma idéia, sua execução e finalização, muitas vezes contam-se décadas. Tem sempre vários projetos e vai tocando todos ao mesmo tempo placidamente.
Tendler é detentor das três maiores bilheterias de documentários na história do cinema brasileiro: "O Mundo Mágico dos Trapalhões" (1 milhão e 800 mil espectadores), "Jango" (1 milhão de espectadores) e "Anos JK" (800 mil espectadores).
Seus filmes "Jango" e "Anos JK", apesar de falarem sobre o golpe militar de 1964 e a democracia, foram lançados ainda em plena ditadura militar, em 1984 e 1980 respectivamente. A partir de então, continuou produzindo uma série de documentários que conquistaram diversos prêmios de público e crítica, divulgando a cultura e a história brasileira para o resto do mundo.
Seu filme mais recente, "Encontro com Milton Santos ou O Mundo Global Visto do Lado de Cá", ganhou o Prêmio de Melhor Filme do Júri Popular na última edição do Festival de Brasília.
Em 2005 recebeu o Prêmio Salvador Allende no Festival de Trieste, Itália, pelo conjunto da obra. Em 2008, foi homenageado no X Festival de Cinema Brasileiro em Paris, com uma retrospectiva de seus filmes. Ainda neste ano, foi condecorado com a Medalha Tiradentes, da Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro, por relevantes serviços prestados à causa pública do Estado.
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%ADlvio_Tendler
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